quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A TV A CABO TEM CRESCIMENTO NO FATURAMENTO



Quando a tv a cabo foi inaugurada no Brasil muitos diziam que ela representava uma evolução na maneira de se fazer tv. Que, inclusive, mudaria a história da tv brasileira, ou seja, a mesma visão que se tem hoje da tv em alta definição.
Na época a expectativa era quem em 05 anos a tv a cabo atingisse 20% da população brasileira, em especial as classes A, B, e C, ou seja, as classes alta, media-alta e média e, consequentemente, tivesse um crescimento em seu faturamento.
Na época, também, a programação era predominantemente dublada em português, com exceção de alguns canais de filmes que eram legendados.
A classe média, literalmente “comprou” a novidade e houve um crescimento nas assinaturas.
Lembro-me quando a TV A chegou em Belém no inicio da década de 90, houve uma procura muito grande em assinar a tv, que cuja a adesão era meio salgada na época e tive que entrar numa lista de espera, fazendo, inclusive, agendamento.
Um sucesso absoluto.
O que aconteceu? Na minha opinião e pelos dados revelados pela mídia, a tv a cabo procurou mudar seu perfil em busca de cortar gastos, leia-se dublagem, e mudar seu perfil junto ao seu público.
A tv a cabo deixou de falar português, preferindo legendar sua programação, excetuando-se o canal TNT e os canais com desenhos animados. O motivo para tal, na época foi uma suposta preferência do público em assistir os programas no idioma original.
Hoje passados quase dez anos desta decisão, a tv a cabo amargou um fracasso refletido numa queda de assinaturas sem precedentes na história da tv a cabo no mundo todo.
Para se ter uma idéia do fracasso, na Argentina, berço da tv a cabo na América Latina, a cada dez argentinos, seis tem tv por assinatura em casa, mas porque essa diferença?
Na Argentina, a maioria dos canais é falado em espanhol. Claro que os canais tipo Sony, Warner são exibidos com legendas. Mas na capital portenha temos uma grande variedade de canais gerados para a américa latina falados em espanhol. Um exemplo é o Canal Retro, especializado em series e filmes antigos. Na América Latina era exibido com som em espanhol em quanto que no Brasil era exibido com som original e legendas.
Certa vez, durante uma conversa com um diretor de um canal à cabo, ele me disse que a culpa pelo fracasso das tvs a cabo, era a base de assinantes que não crescia e por isso os investimentos tinham que ser mínimos.
Recentemente foi divulgada uma pesquisa na qual foi informado que os anunciantes preferem os filmes dublados, num levantamento do Ibope Monitor de investimentos do mercado publicitário mostra que entre os canais que mais faturaram no primeiro semestre do ano, em comparação ao ano anterior, estão os canais que apresentam sua programação dublada.
O Canal Fox, o qual foi criticado por dublar toda a sua programação, liderando o ranking de faturamento na tv paga, com crescimento de 62% no período, em relação a 2008.
Curiosamente entre os que perderam faturamento estão o extinto Jetix, que faturou 32% a menos que em 2008, Discovery, Telecine Premium, Multishow, AXN, SporTV e Sony.
Isso demonstra uma realidade que a tv paga começou a perceber, que para crescer, tendo uma base maior de assinantes, necessitará ajustar sua programação ao grande público que prefere assistir seus filmes, series, programas dublados.
Essa é a realidade.

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